O último raio de sol tingia o rosto pálido de Rassak. Ele
e Oryulth estavam vagando rumo à cidade de Slonius.
-
Estamos perdidos! – exclamou o necromante, com a paciência esgotada.
- Não
estamos! O sol está se pondo para aquele lado, o oeste, estamos indo para o
norte, portanto é aquela direção.
- O
problema é que esta é a estrada errada! Vamos ter que pedir informações.
- Certo,
mas isso só vai provar que estamos no caminho certo!
Os dois
se dirigiram a um homem que andava numa carroça logo atrás deles.
- Senhor...
– disse Oryulth para o homem barbudo que estava na carroça – Por acaso sabes
para onde leva esta estrada?
- Para
Gondos, o vilarejo das montanhas, construído próximo ao território anão.
- E para
qual direção fica Slonius? – perguntou Rassak, intrometendo-se.
- Para
isso terão que ir para o outro lado e pegar a estrada à direita do velho
pinheiro.
- Ah... –
disse Oryulth decepcionado.
- Agora
é melhor eu partir. Preciso vender essas mercadorias logo! Adeus!
Pasaram-se
alguns segundos, até que Rassak quebrou o silêncio:
- Te
disse que era o caminho errado!
- Logo
estará escuro e as relíquias que trazes atrairão bandidos. Vamos acampar e comer
algo. Ao dormir, revezaremos a vigia.
Assim
fizeram. Nas primeiras quatro horas, Rassak ficou de guarda. Durante seu turno,
tudo correu bem.
Era uma
da madrugada quando chegou a vez de Oryulth vigiar. A lua iluminava as árvores
de forma tênue, dando um aspecto fantasmagórico ao local. Subitamente, um ruído
foi ouvido.
- Olá?
Tem alguém aí? – disse Oryulth, após um susto.
Tão
subitamente quanto o ruído, surgiu uma enorme figura negra, a qual parecia estar
sob um manto. Uma mão esquelética surgiu do manto negro, puxando uma longa
espada.
Num reflexo,
Oryulth puxou sua fiel espada também, e a tempo de se preparar para um combate.
Os dois
começaram um duelo. As espadas tocavam-se causando altos estrondos. Rassak
levantou-se num salto, observando a batalha.
- O que
está acontecendo?! – gritou o mago.
-
Silencie suas palavras! – gritou a figura, empurrando Oryulth e levantando a
palma da mão para Rassak, que fitava-o assustado.
- Esse
medalhão... – a voz da criatura era baixa e áspera – Esse medalhão...
-
Medalhão? – perguntou Rassak, assustado.
A mão da
criatura segurou o medalhão que pendia no pescoço do mago.
- Esse
medalhão é MEU! – a voz da criatura aumentou o tom – Meu medalhão! Meu!
A figura
arrancou o medalhão do pescoço de Rassak. Ao realizar esse ato, o capuz do
manto cedeu, revelando seu rosto esquelético, cujos olhos emanavam uma luz
roxa.
- Meu!
Meu! MEU!
Num
piscar de olhos, a criatura sumiu, levando consigo o medalhão.
Rassak
estava paralisado desde que vira o rosto da figura. Parecia estar num transe,
perdido em memórias distantes.
- Ele levou
meu medalhão... Não é possível... – disse ele, ainda com a expressão de
assustado.
- Pensei
que o medalhão fosse seu. Não disse que ele estava em sua família há anos?
- E
está.
- Mas
como ele pode pertencer a ele.
-
Porque... Porque... – Rassak apertou os olhos, deixando escorrer uma lágrima –
Porque ele é... Meu pai!
- O
quê?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário