segunda-feira, 22 de abril de 2013

Raças: Humanos

Os humanos são a raça predominante das Terras Orientais. Sua ambição os levou a conquistar grandes territórios e formar uma civilização poderosa e avançada. Os humanos habitam todas as partes do território da resistência, mas especialmente no oeste e no sul.

Os humanos estão divididos em dois grandes grupos: um deles apoia Molthar, enquanto o outro defende a resistência. A humanidade costuma possuir boas relações com os elfos, anões, halflings e gnomos, sendo inimigos jurados dos ogros.

Os halflings são frequentemente vistos em terras humanas. Eles têm a proteção humana, a qual ganharam após a Guerra da Aliança, em que abrigaram e alimentaram exércitos humanos. As duas raças têm relações comerciais intensas entre si, especialmente de produtos agrícolas.

A tecnologia humana é uma das mais avançadas de todas. São capazes de criar máquinas poderosíssimas: navios voadores, máquinas de guerra e guerreiros mecânicos. Eles contam principalmente com a habilidade ferreira dos anões para construí-las, em troca de pagamento.

Os reinos humanos costumam ser muito ricos, devido ao seu grande poder. Os humanos possuem uma grande paixão pelo ouro, superada apenas pela dos anões, o que os levou a diversas guerras, muitas vezes entre eles mesmos.

As principais armas utilizadas pelos humanos são a espada, a besta, a alabarda e o machado. Porém o arco, a lança e a maça também são bastante usados. Os exércitos dos humanos são poderosos e diversificados, contando com diversas armas, ao invés de se focar em algumas, como os elfos e anões.

Os humanos se misturam facilmente com outras raças, criando raças mestiças, como os meio-orcs e meio-elfos. As raças mestiças costumam tem boas relações de ambos seus lados, sendo bons diplomatas e embaixadores.




terça-feira, 2 de abril de 2013

As Estrelas Diziam Parte 5: Pai e Filho

          - Como assim?! Aquele era seu pai?! – perguntou Oryulth, incrédulo.
          - Infelizmente... Sim. – respondeu Rassak
          - Não estou entendo!
          - Calma... Vou te explicar – o mago respirou fundo – Assim como eu, meus ancestrais possuíam um talento arcano. Em sua maioria, foram magos. E, sem dúvida, o maior de todos eles foi tataravô, Vlad Von Magnar, o qual liderou um exército na 21ª Guerra Arcana. Graças a sua astúcia e poder, os Magos Sangrentos do Sul foram derrotados. Como recompensa, o líder dos espíritos da lua entregou a ele o Medalhão do Ouro Negro, um artefato feito de um metal raríssimo, que é capaz de aumentar os poderes arcanos de seu usuário.
          - E esse medalhão seria aquele que foi roubado?
          - Exatamente! Ele era passado de geração para geração, até chegar a meu pai. Na época dele, houve uma grande revolta contra os arcanistas, armada pelo duque Khemed Dhulsaer, o qual pretendia expulsar os magos do território da resistência para ficar com seu tesouro. Meu pai foi perseguido por muito tempo. Até que, certa noite, ele encontrou um espírito negro, com o qual fez um pacto. Ele deu sua alma ao espírito e, em troca, foi transformado numa criatura poderosa, maligna e invulnerável. O espírito também ensinou a arte da Necromancia para ele. Sou filho bastardo dele com uma concubina. Minha mãe me contou a história dele e do medalhão. Logo, fui até o esconderijo dele (o qual, apenas minha mãe sabia onde era), reclamar o medalhão. Meu pai estava obcecado pelo artefato e negou-se a entregar-me, porém me aceitou como seu aprendiz. Certa noite – cansado da crueldade de meu pai, o qual, apesar de me ensinar as artes arcanas, sempre me maltratava – fugi, levando o medalhão comigo. Depois, desde esse dia, ele partiu numa busca implacável por mim. Logo, vê-se que fui encontrado.
          - Foi uma história impressionante... – comentou o guerreiro – Mas precisamos recuperar o medalhão. Já imaginou o que seu pai poderia fazer com o medalhão?
          - Todo dia! – respondeu Rassak – Acho que sei onde ele está. Meu pai sempre gostou ruínas. Conheço a floresta ao lado desta estrada! Sei de ruínas que se escondem entre suas árvores escuras.
          - Então, vamos!
          Os dois caminharam durante a noite toda. Quando faltava pouco tempo para o sol raiar, eles viram restos de antigas casas de pedras. Haviam encontrado as ruínas.
          - Encontramos o local. – sussurrou o mago – Quero que vá até lá. Caso meu pai aparecer, partirei para a batalha.
          Oryulth foi para as antigas ruínas que jaziam na clareira. Com a espada em mão, foi andando com passos lentos em direção ao centro do local.
          Um vulto com um manto negro surgiu de trás de uma grande parede. Seu rosto parecia ter o crânio à mostra, com uma luz roxa saindo de seus olhos.
          - Você novamente?! – perguntou o monstro, com sua voz morta – O que quer?
          - Ele, eu não sei... Mas eu quero o meu medalhão! – disse Rassak, saltando de trás dos restos de uma parede.
          - Uma pena... Pois não o terá! – disse o pai do mago, lançando uma rajada negra no filho.
          Rassak desviou do ataque, disparando um orbe de cor verde brilhante no atacante, o qual desviou com um gesto o objeto de energia.
          Oryulth, tentando ajudar o amigo, pegou sua espada e cravou-a no monstro, o qual soltou uma gargalhada tenebrosa.
          - Nenhuma arma é capaz de me ferir, tolo! – disse ele, virando-se para Oryulth.
          Porém, o golpe do guerreiro não foi em vão, pois ao distrair-se, o necromante teve seu medalhão roubado.
          - Rápido! – berrou Rassak, devolvendo a espada, fincada no corpo do pai, a Oryutlh – Fuja!
          Os dois correram, seguidos pelo monstro. Continuaram a fuga, até chegar num penhasco, onde pararam.
          - Meu medalhão! – berrava o pai de Rassak.
          O necromante saltou para a beira do penhasco, onde estava seu filho. Com o impacto das botas negras, uma rachadura surgiu. O penhasco não suportava mais de uma pessoa.
          O pedaço de terra onde estavam, pai e filho, despencou. Rassak atirou seu medalhão para Oryulth e, no último segundo, se segurou na parte do penhasco que continuava firme.
          O pai de Rassak havia se segurado nos pés do filho, puxando-o para o rio que os aguardava após uma queda de 50 metros.
          Vendo que não poderia se segurar por muito tempo ainda, Rassak soltou-se, caindo em direção às águas turbulentas do rio.
          Uma lágrima escorreu do olho de Oryulth. Seu companheiro havia despencado do penhasco. Estava sozinho novamente.
          Subitamente, uma mão surgiu, seguida de um corpo. Era Rassak! Ele estava vivo!
          Imediatamente, Oryulth foi ajuda-lo, puxando-o para a terra firme.
          - Incrível! Como você sobreviveu, Rassak?
          - Notei que abaixo de mim havia uma pequena saliência. Quando me soltei, meu pai despencou, porém eu caí nessa saliência. Eu havia planejado tudo.
          - Fico feliz que esteja bem. – disse Oryulth, entregando o medalhão.
          - É... A partir de agora, este medalhão ficará bem guardado... – disse o mago, guardando-o num bolso do manto negro.
          - Agora é só voltarmos para a estrada e... E... Para que lado ela fica, mesmo?
          - Não sei. – Rassak também havia se esquecido – Foi bom termos recuperado o medalhão, mas acabamos nos afastando da estrada e de Slonius.
          Os dois fizeram um minuto de silêncio, o qual foi interrompido por Oryulth:
          - É impressão minha ou estou ouvindo risadas?
          - Também estou ouvindo. Elas vêm de... Lá! – disse Rassak, apontando para o lado da floresta à direita do penhasco.
          Os dois seguiram os sons, até encontrarem uma estrada. Após seguirem-na alguns minutos, se depararam com grandes portões de madeira, guardados por soldados com armaduras prateadas.
          - Sabe, Rassak... Na verdade não nos afastamos da cidade. Muito pelo contrário, nos aproximamos dela!
          E assim, partiram em direção aos portões.

terça-feira, 26 de março de 2013

Raças das Terras Orientais

O mundo de 'As Estrelas Diziam' é repleto de diversas raças. A maior de todas é a raça humana, os quais, pela ambição e ganância, conquistaram um número gigantesco de terras. Porém existem diversas outras raças poderosas. Dentre elas, podemos destacar os elfos - uma raça culta e sábia - e os anões - grandes ferreiros e mineradores. Além dessas três, outra raça se destacou: os halflings. Essas pequenas criaturas eram subestimadas pelo seu tamanho diminuto (medem em torno de 90 cm), porém provaram seu valor na Guerra da Aliança, abrigando, alimentando e fornecendo recursos a grandes tropas humanas, raça com as quais possuem o melhor relacionamento. Elfos e anões possuem boas relações com os humanos, mas preferem suas terras, enquanto os halflings são vistos tanto em suas terras quanto nas humanas. Essas quatro raças são chamadas de O Grupo dos Quatro Reinos. Além delas, existem diversas outras raças. Entre elas podem ser citadas...

Lithiens- Uma nação poderosíssima, apenas não faz parte do Grupo dos Quatro Reinos pelo fato dela se isolar das outras raças, considerando-se superior. Os lithiens são altos magros e possuem a pele branca quando crianças. Ao atingirem a idade adulta, descobrem seu elemento interior, o qual definirá suas habilidades e a cor da pele.

Gnomos- Eles não chegam a formar reinos, porém possuem comunidades em florestas. São bondosos e brincalhões, adoram cantar, danças e pregar peças. Gostam muito de ouro e de pólvora. Os integrantes da raça são pequenos indivíduos (pouco maiores que os halflings) com a pele que varia do salmão ao esverdeado.

Orcs- Criaturas brutais e cruéis. São às vezes confundidos com ogros e trolls. São musculosos, robustos, mas com pouco intelecto. Vivem em florestas fechadas ou montanhas. São exímios guerreiros, dominando muito bem o machado. Seus maiores inimigos são os elfos, os quais estão com eles numa antiga guerra entre o bem e o mal.

Ogros- Com muitos músculos, mas pouca inteligência, os ogros são grandes criaturas que habitam florestas, pântanos, cavernas e outros lugares escuros e úmidos. Antigas histórias contam como eles raptavam humanos, seus maiores inimigos, principalmente mulheres e crianças. Agora vivem mais isolados, tendo pouco contato com outras raças.

Trolls- Uma das raças mais altas e fortes de todas. São grandes caçadores, brutais e com pouca inteligência.  Vivem em florestas próximas de cavernas, onde se escondem durante o dia, pois o sol os enfraquece. Comem qualquer tipo de carne, até podre, se for necessário. Não são muito ágeis, mas seu tamanho e fora compensam essa necessidade. São inimigos mortais dos anões.

Mulgaths- São criaturas que habitam o interior de vulcões. São altos e fortes, com inteligência moderada e grande resistência a altas temperaturas. Sua pele é vermelha e possuem dentes afiados e chifres curvos. Não costumam se dedicar ao bem ou ao mal, permanecendo neutros. Possuem armas eficientes, resistentes e sofisticadas. São bons ferreiros, competindo contra os anões. Possuem poucas relações com outras raças.


As dez raças descritas acima são as dez Raças Primárias, as mais comuns das Terras Orientais. Também existem outros grupos, como as Raças Celestiais (anjos, silfos...), as Abissais (demônios, diabos...), as Titânicas (gigantes, titãs...), as Elementais (salamandras, ondinas...) e diversos outros. Acompanhem mais postagens sobre as raças da história.

Rassak

Um mago de uma família de necromantes. É ríspido, porém tem um bom coração. Domina a arte arcana da necromancia. Diferente da maioria dos conjuradores das Terras Orientais, ele acredita que a necromancia pode ser usada para o bem. Possui consigo o precioso Medalhão do Ouro Negro - um poderoso artefato arcano que aumenta os poderes do usuário -, dado ao tataravô de Rassak por um espírito da lua.

Nome completo: Rassak Magnar
Classe: Mago Necromante
Raça: Humano
Função no Grupo: Conjurador atacante
Idade: 24 anos
Itens Principais: Grimório de Tânatos e Medalhão do Ouro Negro
Passatempo: Treinar suas magias
Pontos Fortes: É inteligente e possui grande poder arcano. Conhece magias poderosas e é confiante, determinado e corajoso.
Pontos Fracos: Acaba sendo confiante demais e perde a noção do perigo em certas situações. Além disso, tem dificuldades em controlar sua raiva.

segunda-feira, 25 de março de 2013

As Estrelas Diziam Parte 4: O Espectro


O último raio de sol tingia o rosto pálido de Rassak. Ele e Oryulth estavam vagando rumo à cidade de Slonius.
            - Estamos perdidos! – exclamou o necromante, com a paciência esgotada.
            - Não estamos! O sol está se pondo para aquele lado, o oeste, estamos indo para o norte, portanto é aquela direção.
            - O problema é que esta é a estrada errada! Vamos ter que pedir informações.
            - Certo, mas isso só vai provar que estamos no caminho certo!
            Os dois se dirigiram a um homem que andava numa carroça logo atrás deles.
            - Senhor... – disse Oryulth para o homem barbudo que estava na carroça – Por acaso sabes para onde leva esta estrada?
            - Para Gondos, o vilarejo das montanhas, construído próximo ao território anão.
            - E para qual direção fica Slonius? – perguntou Rassak, intrometendo-se.
            - Para isso terão que ir para o outro lado e pegar a estrada à direita do velho pinheiro.
            - Ah... – disse Oryulth decepcionado.
            - Agora é melhor eu partir. Preciso vender essas mercadorias logo! Adeus!
            Pasaram-se alguns segundos, até que Rassak quebrou o silêncio:
            - Te disse que era o caminho errado!
            - Certo, certo... Você ganhou... Vamos logo para a estrada correta!
            - Logo estará escuro e as relíquias que trazes atrairão bandidos. Vamos acampar e comer algo. Ao dormir, revezaremos a vigia.
            Assim fizeram. Nas primeiras quatro horas, Rassak ficou de guarda. Durante seu turno, tudo correu bem.
            Era uma da madrugada quando chegou a vez de Oryulth vigiar. A lua iluminava as árvores de forma tênue, dando um aspecto fantasmagórico ao local. Subitamente, um ruído foi ouvido.
            - Olá? Tem alguém aí? – disse Oryulth, após um susto.
            Tão subitamente quanto o ruído, surgiu uma enorme figura negra, a qual parecia estar sob um manto. Uma mão esquelética surgiu do manto negro, puxando uma longa espada.
            Num reflexo, Oryulth puxou sua fiel espada também, e a tempo de se preparar para um combate.
            Os dois começaram um duelo. As espadas tocavam-se causando altos estrondos. Rassak levantou-se num salto, observando a batalha.
            - O que está acontecendo?! – gritou o mago.
            - Silencie suas palavras! – gritou a figura, empurrando Oryulth e levantando a palma da mão para Rassak, que fitava-o assustado.
            - Esse medalhão... – a voz da criatura era baixa e áspera – Esse medalhão...
            - Medalhão? – perguntou Rassak, assustado.
            A mão da criatura segurou o medalhão que pendia no pescoço do mago.
            - Esse medalhão é MEU! – a voz da criatura aumentou o tom – Meu medalhão! Meu!
            A figura arrancou o medalhão do pescoço de Rassak. Ao realizar esse ato, o capuz do manto cedeu, revelando seu rosto esquelético, cujos olhos emanavam uma luz roxa.
            - Meu! Meu! MEU!
            Num piscar de olhos, a criatura sumiu, levando consigo o medalhão.
            Rassak estava paralisado desde que vira o rosto da figura. Parecia estar num transe, perdido em memórias distantes.
            - Ele levou meu medalhão... Não é possível... – disse ele, ainda com a expressão de assustado.
            - Pensei que o medalhão fosse seu. Não disse que ele estava em sua família há anos?
            - E está.
            - Mas como ele pode pertencer a ele.
            - Porque... Porque... – Rassak apertou os olhos, deixando escorrer uma lágrima – Porque ele é... Meu pai!
            - O quê?!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ogmar

Ogmar é um dos maiores magos de todas Terras Orientais. Possui o dom da magia arcana e da alquimia, sendo um conjurador muito respeitado. Entre seus maiores feitos está a vez em que ele, sozinho, destruiu uma tropa de milhares de demônios que atacava sua cidade natal. Porém, com o tempo, ele foi envelhecendo e passou a perder o vigor que possuía antigamente. Ele começou a usar a magia arcana para aumentar sua vida, porém sabia que não poderia fazer isso para sempre. Dessa forma, ele encontrou seu fim ao ser decapitado por um guarda real do Molthar. Mas sua vida não foi em vão, sua coragem e disciplina inspiraram diversos heróis, os quais lutam incessavelmente contra o mal.

Nome completo: Ogmar aph Ramnis
Classe: Mago
Raça: Humano
Idade: 236
Itens principais: Grimório do Vento Norte, Cajado da Lua Crescente, Manto da Resistência, Capa Voadora e Arsenal de Poções.
Passatempos: Estudar, praticar alquimia e ampliar seus poderes arcanos.
Pontos fortes: É muito respeitado e conta com uma quantidade enorme de poderosas magias, conhece muitos rituais antigos e conta com diversos itens mágicos para ajudá-lo. Ele não tem medo e luta bravamente pelo que acredita.
Pontos fracos: Sua idade faz com que não tenha muito vigor físico.
Sonho:  Acabar com o reinado de Molthar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

As Estrelas Diziam Parte 3: A Briga Pelo Medalhão


         Oryulth foi descoberto. Não hesitou e partiu para cima dos guerreiros, os quais logo responderam ao ataque. As lâminas das espadas de ambos os lados se tocavam violentamente.
         O jovem guerreiro conseguiu derrubar dois adversários, mas ainda havia outros três, numa clara desvantagem. Logo, os golpes das lanças envenenadas dos guerreiros de armadura negra fizeram Oryulth tombar.
          Os assassinos amarraram o guerreiro e fincaram uma adaga em seu braço, apenas para vê-lo sangrar.
          - Uuugh! – gemia Oryulth.
          Os três guerreiros foram logo vasculhar o laboratório de alquimia de Ogmar, em busca de algo valioso. Foram atirando para trás as fórmulas que consideravam inúteis, até que uma, ao tocar o chão, produziu um som alto e começou a soltar línguas de fogo, que logo consumiram o esconderijo.
          Com esforço, Oryulth conseguiu soltar-se das cordas e aproveitou o desespero dos assassinos para pegar o corpo de seu mestre e fugir.
          O jovem abandonou a casa a pegar fogo, correndo em direção aos campos de trigo. Vagou o dia inteiro até que, à noite, resolveu parar abaixo de um carvalho.
          Cansado, o jovem pega seu cantil e bebe um pouco d’água. Ele percebe um saco ao lado do cantil, com um bilhete preso.
          - Estranho... - comenta o jovem, pegando o saco e lendo o bilhete.
          - “Para meu jovem aprendiz e salvador de todas terras orientais de Terra Dourada, Oryulth: Aqui deixo recursos suficientes para que sobreviva no tempo em que permanecer com a missão em andamento. Eles envolvem dinheiro, alimento e um mapa da região. Também coloquei aqui alguns itens mágicos muito úteis: o Olho de Safira, capaz de ver qualquer criatura, seja visível ou não; um frasco de Água da Vida, cura os mais graves ferimentos; uma Adaga do Sono, que possui a capacidade de adormecer quem for atingido por ela, e uma Esfera Luminar, pequeno objeto luminoso que protege o usuário de dominação mental. Desejo sorte em vossa missão e que vossos caminhos sejam iluminados. Ogmar.” – leu em voz alta o aprendiz.
          Oryulth olhou para dentro do saco e se impressionou com a quantidade de dinheiro e de frutas, assim como com a beleza dos itens.
          - É, Ogmar... Você é cheio de surpesas... – falou o guerreiro, acomodando-se em seu saco de dormir.
          Amanheceu e o jovem levantou e preparou suas coisas para a viagem.
          Enquanto isso, num vilarejo próximo, uma figura sombria vagava pelas escuras ruas noturnas. Usando botas negras de couro e um manto da mesma cor, com um capuz cobrindo quase toda a cabeça, a figura dava arrepios à quem a via.
          A figura entrou numa taberna com o nome ‘Cabra Leiteira’, onde tirou o capuz, revelando seus longos e louros cabelos, seus olhos azuis e frios e sua barba cor do trigo.
          Ele sentou em uma mesa, onde ficou observando o movimento.
          - Deseja algo, senhor? – perguntou o garçom que veio ao seu encontro.
          - Uma sopa de batatas e um sumo de laranja. – falou o homem, entregando uma moeda de ouro ao garçom, que logo foi buscar seu pedido.
          Quando o garçom voltou com a sopa e o sumo, a figura pálida logo perguntou:
          - Que é aquele? – disse, apontando para um halfling que brindava alegre, usava uma camisa e um colete, com um medalhão em seu pescoço.
          - É Sebastian, um comerciante halfling que vem frequentemente aqui.
          - Obrigado pela informação.
          O homem terminou calmamente sua refeição, até que foi até o halfling e o pegou pelo colete.
          - Dê-me o artefato, baixinho! – gritou a misteriosa figura.
          - Que artefato?
          Sebastian foi atirado ao chão. Todos se assustaram.
          - O medalhão! O medalhão!
          O halfling saiu correndo para fora da ‘Cabra Leiteira’, assustadíssimo.
          Com um gesto, o homem loiro fez surgir raízes que agarraram o pé do pequenino.
          Logo nesse momento, Oryulth estava passando e viu aquela cena. Num reflexo parou em frente ao Halfling, fitando o homem que se aproximava.
          - Mais um passo diante dele e minha lâmina encontrará seu corpo.
          Apenas com um movimento da mão, o agressor fez Oryulth ser atirado no chão, como se uma mão invisível o segurasse.
          Quando o conjurador ia botar suas mão, as quais agora emanavam um brilho roxo, no halfling, Oryulth fez um corte em seu pé com a espada. Ele urrou de dor.
          - Bastardo! Filho da mãe!
          - Não passa de um covarde. O que leva você a atacar uma criatura indefesa bem menor que você?  – perguntou o guerreiro.
          - Ele possui algo que quero há muitos anos.
          - Mas não o terá! – gritou o halfling – Fui eu que achei esse medalhão e eu que ficarei com ele.
          - Ele está na minha família há anos.
          - Descuido seu permitir que fosse roubado e vendido a mim.
          - Eles me adormeceram, seu baixinho! Eu estava inconsciente.
          - Silêncio! – gritou Oryulth, interrompendo a discussão – Por quanto você me vende este medalhão.
          - Por dez mil peças de ouro.
          - Aqui estão. – Disse Oryulth, entregando a quantidade pedida à pequena criatura, que se contorcia, ainda presa na raiz.
          O homem recebeu o medalhão, agradeceu e, com um gesto, a raiz sumiu. O halfling saiu correndo, contente com o dinheiro.
          - Perdão por ter vos ofendido. – disse o homem.
          - Não se preocupe.
          - Meu nome é Rassak, sou um necromante, mago que manipula a vida. Fico grato por ter me ajudado a recuperar o medalhão que é herança da minha família há séculos. Armaram para mim, colocando um sonífero na minha cerveja em uma festa. Aproveitando que adormeci, os ladrões roubaram o medalhão e o venderam ao halfling. No dia seguinte, expliquei o que houve a ele, mas ele não acreditou. Falei que iria tirá-lo à força no dia seguinte, mas ele fugiu. Agora finalmente o encontrei e recuperei o que me pertencia, mas não da forma que imaginava.
          - Interessante.
          - Impressionante a quantidade de moedas que deu ao halfling. E ainda por alguém que nem conhecia. De onde conseguiu esse dinheiro.
          - Foi um presente de Ogmar.
          - O quê? O grande Ogmar? Mestre dos magos das Terras Orientais?
          - Sim, ele deixou isso ante de falecer.
          - Falecer?
          - É uma longa história. Sente-se.
          E assim, Oryulth contou tudo a Rassak, desde sua captura até a fuga da casa em chamas.
          - Incrível. Então você é salvador de que nossa profecia fala?
          - De acordo com Ogmar.
          - Ogmar não se engana. Será que eu poderia me juntar a você nessa missão?
          -Seria ótimo contar com sua habilidade arcana.
          - E é uma honra andar ao lado do salvador de nosso reino.
          - Para onde vamos primeiro?
          - Por enquanto, estamos no território da resistência, o qual não se estende além das montanhas ao norte. – disse o mago.
         - Vamos até onde houver trabalho a fazer.
          - Depois das montanhas, está o Vale do Dragão Negro, território de Molthar. Há uma fortaleza do regente da região.
          - Será nosso destino.
          - Primeiro passaremos pela cidade de Slonius, lá poderemos comprar provisões e, dependendo de seu dinheiro, até uma carroça com cavalos para facilitar nossa locomoção.
          - Ótimo, vamos Rassak!